19.02.2021 – De acordo com o jornal The Guardian, o Google entrou em acordo de 3 anos com a News Corp, empresa do multimilionário da mídia Rupert Murdoch, permitindo que o Google possa veicular as notícias geradas pelo conglomerado de mídia em sua plataforma digital Google News Showcase. A propósito, o Google News Showcase, que se tornará no principal serviço de notícias da empresa, está sendo lançado lentamente em todo o mundo. Não foram divulgadas as bases financeiras do acordo, mas se especula que o mesmo alcance cifras bastante expressivas.

A propósito, o próprio Google esclareceu que o acordo cobre obre uma ampla gama de produtos, como News Showcase, YouTube, Web Stories, Áudio e sua tecnologia de anúncios.

Com efeito, o Google tem enfrentado a reivindicação de veículos de imprensa em diversos países, alegando o seu direito a um pagamento decorrente da exploração do Google dos produtos produzidos por esses veículos, em suas ferramentas online. Na Austrália, o Google chegou a alertar as autoridades que poderia se retirar do país, se fosse proposta uma legislação obrigando tal pagamento. Todavia, o governo não recuou e a proposta de lei do News Media Code chegou ao parlamento nessa semana e o desejo das autoridades é que o Google pague por cada click em um link de notícias. Por outro lado, a mídia australiana alega ter sofrido um dramático declínio em receita de anúncios da ordem de 75% desde 2005 até o presente.

Na Austrália, o acordo ocorreu em razão da pressão exercida pelo governo australiano e forçar o Google e o Facebook a entrarem em negociações de arbitragem com empresas de mídia australianas, obrigando-as a pagar não apenas por trechos de artigos de notícias, mas até mesmo por links simples para sites de notícias. Uma série de grandes apoiadores do plano, incluindo as redes de TV Seven e Nine, concordaram em aparecer no News Showcase do Google na semana passada. Após a News Corp ter assinado seu próprio acordo, apenas algumas empresas de mídia australianas continuam sem qualquer acordo assinado com o gigante digital.

Segundo o jornal The Washington Post, o que aconteceu com o Google na França e na Austrália parece ser apenas o início de uma longa novela, já que o Canadá prepara um projeto de lei semelhante nos próximos meses. Nos Estados Unidos, autoridades antitruste já iniciaram investigação examinando o impacto do domínio exercido pelo Google e pelo Facebook na propaganda digital sobre os veículos de mídia.

Ainda segundo o periódico americano, as iniciativas de pressão dos governos da França e da Austrália não são os únicos. Em 2014, a Espanha aprovou uma lei exigindo que o Google pagasse pela agregação de conteúdo de notícias nos resultados de pesquisa. Porém, a empresa respondeu simplesmente fechando seu site de notícias.

E considerando as altas taxas de rentabilidade do Google, lucrando com indexação de sites e propaganda, utilizando-se de artigos produzidos pelos mais diversos veículos de mídia, causando, inclusive, a redução paulatina da receita advinda de propaganda nesses veículos, é bem provável que o Google comece a enfrentar esse tipo de reivindicação em âmbito global.

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